VII.

Fala e precisa da próxima palavra, e precisa suprimi-la, precisa, com as ranhuras desta palavra que não está, sulcar a carne e imprimir a angústia que a torna tão viva. O silêncio a angustia rumo à vida. O outro silêncio, o maciço e sem fissuras, não é humano, e com sua agulha é possível despedaçar até o último farelo de átomo compondo a coisa que, por enquanto, chama de si mesma. Precisa da hipótese de que pode fazer a sua casa anteceder a tudo; de que, no princípio, o Verbo era Deus; de que pelo som semantizado pode erigir paisagens nucleando as pedras. É por essas parafernálias extraídas que ela é mais, só que tenta dar sustentação mínima a uma loucura sua, a esse algo que imprima no vento e a faça fio enlaçado nos desenlaces do tempo.