XXIX.

“Seria pleonasmo falar da infância sofrida. Além de tantas outras coisas, há maldade em toda infância, há verbo em toda errância, há palavra em toda infância, há sofrimento quando há palavra, só não se sabe se a palavra sucede, antecede ou move-se lado a lado com o movimento. É claro que não falo de toda a infância – mas quando se fala claro, está-se falando, mas fala-se claro como se fala do dia claro?; quando falo sobre objetos, é sobra mim mesma que falo?; quando falo sobre mim, é sobre objetos que falo?; todas as perguntas nos trazem em si a resposta?; claro que o que estou falando é que na infância, sim, em qualquer e toda quando, em qualquer casa, não alitera com tristeza.”