XXIV.

Ela acha que é melhor dizer um pouco de outra verdade, ou seja, mentir com mais clareza, ou seja, encadear as palavras com toda honestidade possível. É, indefectivelmente, uma mulher diagnosticável – é isso que a enlouquece. Aos relógios escuta o tempo todo, como um cuco que desconhece as horas. Odeia as convenções, e as elas obedece mais do que um ministro das convenções, o que não significa que ela obedeça muito. Obedece como um cuco que desconhece as horas, porém finge entender todos os dialetos do mundo. Alice e as redundâncias. É que seu corpo de tristeza está pela metade, então ela fica assim, plausível e redundante. Não vê a hora de o copo encher, é quando está mais vivo, então o copo se derrama e se esvazia. O que a enlouquece é o como pela metade, esse seu persistente estado anímico de propaganda de margarina.