¨ rir de tudo é desepero??..


Essa história de que rir de tudo é desespero não tá com nada. A gente tem que rir mesmo. Do Bush e do Obama. Faustão e Sílvio Santos. Rir dos grandes e dos pequenos. Rir dos pequenos que querem ser grandes e dos grandes que preferem a pequenez. Rir da moça que se veste mal. Rir da modelo anoréxica. A gente tem que rir mesmo dessas antíteses que não se anulam e guardam dentro de si o que há de malvadez despropositada ou bondade duvidosa. Rir do Bush new Hitler, rir do Obama, o nego bom. Rir da barriga pendurada do Faustão (que merece uma redução) e da pouca maquillage do Sílvio. Rir da Maísa, afinal ela merece as melhores risadas. Rir da anoréxica que não sabe as delícias de um petit gauteau. Hum. Deu fome. Rir de mim, que regro cada grama de comida a ser ingerida. A gente tem que gargalhar todos os dias pra sustentar as bizarrices que aparecem. É sexo em parque público (corram para a Holanda), roupas made in Japan para sexo virtual, JC-Classificados-Acompanhantes. E no final a gente morre de rir. Os mais preocupados pensam nas criancinhas do futuro com brinquedos eróticos, ops, créditos para Aldous Huxley. A gente tem que rir mesmo, de todos os ismos, que não cansam de buscar explicação pra tudo, do grão de areia ao buraco negro; vocês já ouviram falar na religião do macarrão? Tem essa também. Diz que o cosmo integra o fio de um spaghetti. E depois disso o que a gente faz? Tem que rir. A gente ri da Carla Perez, Bro’z, Rouge, Tati Quebra-Barraco... Amanhã RBD. Ai, Jesus. Tem que rir, tem que rir. E não entendo por que, diante de tantas distrações, ainda tem gente que tem depressão. Isso é coisa de outras datas, quando não se tinha o que fazer mesmo, tempos bucólicos. O bom é sentar no sofá, ligar a TV, pegar uma Coca-Cola e, com glamour, explodir uma bomba de serotonina.



Foto: Sir Charles Spencer "Charlie" Chaplin Jr. Ator, diretor, roteirista e músico britânico (sim, ele foi músico). Jogava xadrez, era canhoto e tinha uma mãe louca. Assistir: Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos (1936).