Subverti a lógica dos ponteiros deste relógio
que insiste em adiantar-se ao meu tempo.
Enganei a contagem dos dias,
o passar dos meses,
a virada dos anos.
Eu sou meu calendário.
Eu faço o meu presente.
Troquei os dias pelas noites.
Desenhei uma lua no lugar do sol.
Pintei estrelas neste céu azul,
que projetam esses trejeitos
e imagens no meu coração.
E ele não pára de pulsar.
Numa batida cadenciada
pelas palavras sussurradas
ao cair de mais uma tarde.
E nem esse frio na barriga
me incomoda (de)mais.
Pois meus sentimentos não desistem.
Resistem. Insistem. Neste seu olhar.
É a certeza do quanto eu quero você.
Aqui do meu lado.
Compartilhando todas essas sensações.